Tem horas que tudo que a vida faz é nos empurrar para bem longe. E o que o a gente faz? A gente vai. A gente vai atrás do que a gente nem sabe direito o que é. A gente sai correndo, esquece de tudo, esquece de todos, até chegar lá… Porque é justamente lá, no meio do nada, embrenhado naquele silêncio que parece que corta a gente ao meio. É só lá que a gente consegue ter na nossa cabeça, finalmente, aquela clareza que a gente tanto procurava sem saber. A gente briga, porque tudo que a gente quer é ter paz. A gente chora, porque tudo que a gente precisa é sorrir. A gente grita, porque tudo que a gente sabe nessa vida é cantar. A gente vive pelos que se foram. A gente morre pelos que ainda estão aqui. Às vezes, gente precisa dar de cara com o muro, ver no horizonte o fim da linha até, no auge do desespero, apalpar as nossas próprias costas e ver nelas o surgimento de um par de asas. E é nessa hora que a gente percebe: Que enquanto a gente acreditar nisso tudo que a gente faz, e colocar cada gota do nosso sangue e nosso suor no que a gente faz, e continuar fazendo isso, enquanto houverem forças… o que a gente tem nas nossas mãos é… infinito.
