novembro 18, 2015

Tenho pensado tanto sobre as coisas, sobre os caminhos que a gente toma, sobre os caminhos que somos obrigados a tomar e as mudanças que isso traz para a nossa vida. Algumas vezes, nós simplesmente não temos escolha, porque certas coisas não dependem só de nós mesmos, e ninguém pode pedir que alguém fique, quando não quer ficar. Penso muito sobre a dificuldade de se colocar como prioridade na nossa própria vida, no quanto demora pra conseguir se desprender de coisas que nós no fundo, não queremos. Penso também sobre a dor, a dor de colocar um ponto final em parte de um caminho que eu queria continuar seguindo, que eu tenho tantos planos guardados, sonhos pensados. Penso na coragem que me falta para dar um passo que eu preciso dar, no desprendimento de buscar as coisas sozinha, porque precisamos. Sinto a fraqueza nas pernas e no coração, sinto a exaustão na cabeça e na alma. Querer não é o suficiente, é preciso valer a pena, e acima de tudo, pra se ter alguém do lado, é preciso olhar para a mesma direção. Quando as vontades já não se encontram, quando os sorrisos se perdem, quando a tolerância já não existe mais, é hora de mudar. Me martirizo muito tentando entender porque não buscar juntas essa mudança, quando tenho na cabeça as palavras exatas que me esclareceram que estou sozinha nessa. Eu sinto saudades do amor, e me flagro lembrando de coisas que me prendem na esperança de ter isso de volta. Sinto falta até da palavra "amor", de ouvir a outra pessoa dizendo que te ama e sentir a segurança, ver no olhar, a verdade das palavras e do sentimento. Eu tenho impulsos que não consigo frear, dores e angústias que não consigo sanar. Não vejo ainda o fim dessa estrada chamada superação, porque não consegui chegar ao menos próxima do início. O brilho no olhar, a paz de espírito, tudo se foi. Somos escravos das dores da alma, e nessas não cabem máscaras, não cabe a tentativa de provar algo para alguém, só sobra nós mesmos e nossas decepções. Nesse buraco em que nos encontramos, a felicidade parece tão distante, e as tentativas, parecem em vão. Eu não sei por onde começar, mas sei que é preciso. Sei que o caminho é longo, mas que trilhá-lo sozinha é minha única opção. Ninguém merece viver ligada a alguém que te afasta e quer se desprender de uma vez, que quer que sobrem os momentos de descontração e boa convivência mesmo sabendo que por dentro, está em frangalhos. Eu estou, mas passa. Quando e como, não sei, ninguém sabe. E a espera, afinal, sempre vai parecer interminável, mas não é. Essa é a única esperança que eu preciso manter.